quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Crise na campanha de Osmar não poupa nem a barba do senador

Do Fábio Campana

Ao ser entrevistado pelo repórter Fernando Paracho no jornal Paraná 2º Edição na noite de terça, 17, o senador Osmar Dias não conseguia disfarçar um abatimento profundo. A campanha do PDT entra no horário político mergulhada em crise grave. Aliados velhos e novos trocam acusações sobre os motivos que provocaram a sangria de voto identificada pelas pesquisas. Reuniões muito tensas com os aliados vêm sendo realizadas quase todos os dias. Roupa suja não pára de ser lavada. O clima de lua-de-mel que se seguiu ao anúncio da aliança é coisa do passado. O corpo mole de aliados do PT e do PMDB não pode ser escondido nem negado.

Os aliados (Osmar, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião) não fazem mais campanhas juntos. É de cada um por si, um o salve-se quem puder. Para não evidenciar o clima de discórdia, a separação de corpos será vendida como uma “decisão estratégica”. Separadas cobrem um território maior, dizem. Até a cor da barba de Osmar, branca, que contrasta de forma suspeita com os cabelos escuros, entrou na pauta da campanha e das reuniões de aliados, depois que uma pesquisa detectou que os eleitores consideravam esse fenômeno suspeito.


Marqueteiros e dirigentes políticos ensaiaram iniciar uma discussão sobre uma possível solução cosmética para o problema quando foram interrompidos por um Osmar enfurecido.

Mário Pereira foi afastado da condução efetiva da campanha e substituído por Renato Adur, que também não é uma unanimidade. Com a barba branca eliminada da discussão por exigência do candidato, não existe consenso sobre o diagnóstico dos problemas. Os petistas querem mais Lula na campanha. Entre os peemedebistas reina a divisão.

Entre os pedetistas da velha guarda de Osmar existe a convicção que o senador perdeu votos ao se identificar de forma excessiva com Requião e Lula e precisa recuperar urgente a própria identidade antes que seja tarde. Argumentam que a conversão ao petismo e ao requianismo foi muito brusca, sem preparo, pegou os eleitores tradicionais do senador de surpresa e os deixou chocados. Pensam que se Osmar não reassumir o controle de seu discurso deixará toda a iniciativa para seu adversário do PSDB e pagará por pecados que não cometeu.

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