terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fernando Carli Filho é interrogado pela justiça

Com informações do Bem Paraná/foto: Franklin de Freitas

Quinze meses após o trágico acidente que matou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, o ex-deputado estadual, Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado de ter provocado o acidente, finalmente foi interrogado por um juiz no Tribunal do Júri, em Curitiba. O ex-deputado chegou ao local na hora determinada — por volta das 13h30. Entrou por uma porta lateral e evitou a imprensa e também dezenas de pessoas que aguardavam sua chegada na frente do Tribunal. Entre as pessoas, familiares e amigos dos jovens mortos.

O interrogatório de Carli Filho começou pouco antes das 14 horas e se estendeu por cerca de 50 minutos. Na saída, foi cercado por jornalistas e fotógrafos, mas não falou com ninguém. Apenas os advogados de defesa e acusação e representantes das famílias envolvidas puderam acompanhar o interrogatório dentro do Tribunal. “O ex-deputado disse ao juiz que não se lembra de nada do acidente do dia 7 de maio de 2009”, comentou o advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, que atua como assistente da Promotoria.

Assad pode fazer algumas perguntas a Carli Filho. O advogado perguntou se eram verdadeiras as imputações contra ele e se conhecia as testemunhas e tinha algo contra elas. O ex-deputado respondeu que não as conhecia e que não tinha nada a alegar. Quando questionado também pelo advogado de acusação se era culpado pelo acidente, ele respondeu que não. Durante a audiência o réu reclamou da imprensa, dizendo que foram muito duros com ele e sensacionalistas com o caso.

“Ele também disse que gostaria ter tido oportunidade de falar com os familiares das vítimas, mas que estava com medo. Afirmou ainda que agora está disponível para conversar, mesmo sabendo que isso não trará os jovens de volta”. O ex-deputado não comentou nada sobre não ter comparecido à uma outra audiência em que foi convocado e o juiz apenas perguntou se ele teve acesso aos depoimentos daquele dia. O acusado respondeu que sim.

Ainda faltam duas testemunhas a serem interrogadas pelo juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, da 2ª Vara Criminal, uma de São Paulo e outra de Blumenau. Só depois disso ele vai anunciar sua decisão. Nesta parte do processo, está em jogo se o acusado será julgado em júri popular — caso entenda tratar-se de duplo homicício doloso eventual — ou pelo juiz singular, caso o juiz decida ter ocorrido um mero acidente de trânsito. Até lá podem levar mais 25 dias.

Familiares — Familiares e amigos dos jovens mortos se concentraram em frente ao tribunal do Júri desde o começo da tarde à espera de Carli Filho. Eles traziam faixas e fotos dos rapazes. Na chegada do ex-deputado a mãe de Rafael, Cristiane Yared, disse que apenas viu o ex-deputado de costas, quando entrava para a audiência. Na saída de Ribas Carli, o encontro foi inevitável. Ele entrou num carro às pressas e com esquema policial aos gritos de assassino.

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