terça-feira, 14 de setembro de 2010

José Janene é velado em Londrina (PR)

Via Folha.com

Empresário, pecuarista e político, José Mohamed Janene nasceu em 12 de setembro de 1955 e morreu hoje, aos 55 anos.

Um dos pivôs do escândalo do mensalão, o ex-deputado José Janene morreu na madrugada desta terça-feira (14), no InCor (Instituto do Coração) de São Paulo. Apontado como tesoureiro no esquema do mensalão, em 2005, ele estava internado desde o dia 4 de agosto com uma cardiopatia grave e esperava por um transplante de coração.

O velório do ex-deputado ocorre hoje, a partir das 15h, na Mesquita Muçulmana Rei Faiçal, em Londrina (PR). O enterro será amanhã, às 10h, no cemitério islâmico da cidade.

José Janene era réu no processo que apura o esquema do mensalão por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido 4,1 milhões de reais do "valerioduto" uma referência a Marcus Valério, publicitário da campanha do PT ao governo.

José Janene era tido como provável candidato a deputado federal este ano. O estado de saúde, no entanto, acabou com este projeto. Ele respondia ação no STF (Supremo Tribunal Federal) acusado de receber propina para votar em projetos do governo federal. Janene sempre negou participação no esquema.

Para fugir à cassação de seu mandato, pediu aposentadoria por invalidez na Câmara Federal. Janene chegou a ensaiar um retorno político neste ano, mas um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em fevereiro, o impediu de disputar uma vaga à Câmara Federal.

Em agosto, em uma cirurgia para ajustar o aparelho que usava para controlar os batimentos cardíacos, ele sofreu uma parada cardíaca. Desde então estava internado no InCor à espera de um transplante de coração.

O processo

Mesmo com o processo instalado em 17 de outubro de 2005, a Comissão de Ética da Câmara demorou mais de treze meses para votar o parecer que recomendava a cassação de Janene.

Desde setembro de 2005, quando entrou em licença médica, Janene conseguiu por várias vezes atrasar o processo, alegando problemas de saúde. Chegou a pedir aposentadoria antes da votação, mas o pedido foi rejeitado pela direção da Câmara.

No dia 6 de dezembro de 2006, o então deputado licenciado foi absolvido em uma sessão esvaziada. Na votação, secreta, 210 deputados votaram pela cassação, 128 pela absolvição, cinco em branco e 23 abstenções. Para cassá-lo, seriam necessários pelo menos 257 votos, mas o baixo quorum da sessão ajudou a livrá-lo.

Em 31 de dezembro de 2006, o "Diário Oficial" da União publicou decisão da Câmara que concedeu a Janene aposentadoria de R$ 12,8 mil por invalidez.

Em 2009, novas denúncias sobre lavagem de dinheiro voltaram a atormentar a vida de Janene, agravando sua cardiopatia.

Desde então, vinha sendo investigado novamente. Devido ao agravamento de seu estado de saúde, causado por um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e da criação da Lei da Ficha Limpa, Janene se viu obrigado a abandonar definitivamente sua carreira como político.

Nenhum comentário:

Postar um comentário