Com informações de Elizabete Castro e Roger Pereira. Foto de Anderson Tozato (Paraná Online)O senador Osmar Dias (PDT) deve anunciar hoje, em Curitiba, numa entrevista coletiva, se será candidato ao Senado ou ao governo do Estado. Até às 20 horas de ontem à noite, a tendência apontada por alguns dos seus interlocutores mais freqüentes dos últimos dias era que o pedetista teria, finalmente, concordado em ser o candidato único da base do presidente Lula (PT) ao governo do Paraná, após três dias de conversações em Brasília.
Osmar continuava em Brasília, ontem à noite, mas chega hoje à cidade. Diante da inconstância das informações sobre o rumo das negociações mantidas em Brasília, durante a semana, nenhuma das lideranças dos partidos envolvidos, o PDT, PMDB e PT, foi categórica sobre o destino do senador.
“Toda e qualquer pergunta que você tenha a fazer sobre a decisão do Osmar Dias, faça diretamente a ele”, disse o presidente estadual do PT, Ênio Verri. Mais diplomático, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, afirmou que as sinalizações eram para um acordo envolvendo os três partidos, mas que não havia nada oficial e nem definitivo.
O governador Orlando Pessuti (PMDB) também optou pelo silêncio em relação ao tema. Ontem à tarde, quando recebeu prefeitos no Palácio das Araucárias, disse que não faria mais comentários sobre a sucessão estadual até o final de semana. O PMDB marcou sua convenção para o próximo domingo, assim como o PT.
Nos bastidores, porém, a expectativa da opção pela candidatura própria ao governo ao invés da candidatura ao Senado se fundamentava numa análise até simples.
Se a direção nacional do PDT vetou a coligação de Osmar com o PSDB, em que disputaria o Senado, ele não teria outro caminho a não ser concorrer ao governo. Isto porque uma candidatura independente ao Senado beneficiaria apenas a ele e ao candidato do PSDB ao governo, Beto Richa.
Osmar teria chances de se eleger com o apoio velado dos tucanos e Beto estaria livre de um adversário de peso. Porém, o PDT correria sérios riscos de sair das urnas do dia 3 de outubro sem nenhum deputado estadual ou federal do Paraná.
A especulação que ganhou força durante o dia de ontem foi a tese de que Osmar estaria aguardando a definição do PSDB sobre o vice de José Serra na corrida presidencial.
Com o nome de Álvaro Dias ganhando força para a vaga, Osmar teria segurado sua decisão para não passar pela situação de ser adversário do próprio irmão, caso coligue com o PT.
O portal Terra chegou a noticiar, na tarde de ontem, uma conversa entre Álvaro e o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, em que a condição para sua indicação a vice seria a desistência de Osmar disputar o governo.
Álvaro que não quis comentar a situação, “não posso fazer nenhuma avaliação pessoal. No momento, é melhor o silêncio”, disse, via twitter que não foi convidado para a vice de Serra.
O presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, que não confirmou a realização da coletiva hoje, declarou que é a questão do vice de Serra que está impedindo a definição.
“A situação do Álvaro é que está deixando pendente. Se ele for o vice, muda tudo, são novas conjunturas”, disse Zucchi, que ontem encontrou-se com o ex-governador Roberto Requião (PMDB).
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