quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Resposta de Serra ocupa parte do programa de Dilma


O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, obteve na Justiça Eleitoral direito de resposta e ocupou um minuto da propaganda de Dilma Rousseff (PT) nesta tarde. Uma atriz usou o tempo para defender Serra das acusações de que teria privatizado a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e 31 empresas em São Paulo.

"A CSN foi privatizada no governo Itamar Franco. O Serra nessa época era deputado. Eles falam que foi o Serra, mas não foi, ele não teve nada a ver com isso. Também falaram que o Serra e os governos tucanos privatizaram 31 empresas em São Paulo. Mentira também. E a Justiça reconheceu que é mentira. Aliás, o Serra, quando foi governador, não privatizou nenhuma empresa. Repito: nenhuma", afirmou a atriz. "Por que ficar inventando? Se falasse a verdade, a campanha da Dilma evitava ser punida pela Justiça e passar esse carão", disse.

O programa de Serra também explorou o episódio da caminhada no Rio de Janeiro realizada ontem, durante a qual foi atingido na cabeça por um objeto lançado por militantes do PT, e comparou o ato à agressão que Mário Covas recebeu de professores durante uma greve, em Diadema, em 2000. "Os brasileiros lutaram muito para reconquistar a democracia. O regime que é o da liberdade e da tolerância. Por isso, é inaceitável o que aconteceu nesta quarta-feira no Rio. Serra estava andando no calçadão de Campo Grande, uma caminhada pacífica e calorosa", afirmou uma atriz.

Cenas em que Covas foi agredido com uma bandeirada na cabeça apareceram logo depois das imagens de Serra. "Fui cassado para garantir o direito de vocês falarem. Não o direito de me dar paulada na cabeça", disse Covas, na época. "Essa é a democracia que você quer para o Brasil?", questionou a atriz.

Serra, por sua vez, voltou a criticar Dilma de forma indireta e sugeriu que a candidata está envolvida em escândalos e que muda de opinião sobre assuntos polêmicos a todo momento. "Essa pode ser a eleição dos valores mais profundos e mais importantes para os brasileiros. Uma eleição onde prevaleça o dever de falar a verdade. O povo está exigindo e vai exigir cada vez mais que os candidatos sejam verdadeiros. Que assumam suas posições e opiniões sem enrolar, e sem mudar ao sabor dos ventos", afirmou.

"Essa também pode ser a eleição da honestidade, da valorização de quem nunca esteve metido em escândalos, e pode ser também a eleição da coerência e identificação com as crenças do povo brasileiro." Durante o programa, foram exibidos depoimentos favoráveis a Serra de Ilzamar Mendes, viúva de Chico Mendes, do governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), do pastor Silas Malafaia e do senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).

Privatização

O programa de Dilma continuou a relacionar Serra às privatizações promovidas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como as da Vale, da Telebrás e da Light. "Juntos, eles venderam dezenas de empresas brasileiras e agora estão querendo voltar ao poder já pensando em privatizar mais uma riqueza do Brasil: o pré-sal", afirmou um locutor.

Uma atriz foi escalada para fazer críticas a Serra, que tem dito que irá manter os programas sociais do governo Luiz Inácio Lula da Silva se for eleito. "Estranho ele dizer isso. Afinal, sempre que assume um cargo Serra interrompe o que estava em andamento. Interrompeu programas de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo e, no governo, cortou pela metade até programas de Alckmin, como as escolas de tempo integral e as escolas da família. E olha que Alckmin é de seu próprio partido, o PSDB. Agora, imagine o que ele não seria capaz de fazer com os programas do Lula?"

Cenas do ato realizado em apoio a Dilma no Rio, com a presença de mais de mil artistas e intelectuais, foi explorado no programa. Foram exibidos depoimentos de Chico Buarque, Ziraldo, Leonardo Boff, Alcione, Luiz Carlos Barreto, Beth Carvalho, Osmar Prado, Alceu Valença, Margareth Menezes, Otto e Fernando Morais.

Trechos do discurso de Dilma no ato também foram exibidos. "Manter o modelo anterior é privatizar o pré-sal. É dar o pré-sal, a maior riqueza de petróleo descoberta nos últimos anos, de mão beijada para empresas privadas internacionais", afirmou a candidata, que disse que a Petrobras também correria risco de ser privatizada em um governo tucano.

Dilma destacou também o Estatuto da Igualdade Social, que entrou em vigor no País ontem. "É uma grande conquista não só para os movimentos negros, mas para toda a população, e mais um avanço para o Brasil, país belo e mestiço. Enquanto a intolerância e a discriminação crescem em várias partes do mundo, o Brasil se afirma cada vez mais como um país em que não há ódios sociais, culturais, religiosos e étnicos", disse Dilma.

"O Estatuto representa uma vitória da tolerância, da luta contra as desigualdades e um respeito pela diversidade." Um depoimento em que o presidente Lula pede voto em Dilma voltou a ser exibido.

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